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terça-feira, 14 de junho de 2011

Manutenção do tempo

O tempo é sem dúvida o senhor da sabedoria. Aos 23 anos completos entendo coisas que antes não me eram claras tais como o valor da amizade, o carinho dos parentes, o sabor das comidas da mamãe e a proteção e amor da família. Prestes a completar três meses em Belém tudo ainda continua branco. Ainda estou prestando atenção na cultura do Estado, no sotaque das pessoas, nos costumes, no jeito de trabalhar e outras coisas. Não que isso seja um grande empecilho, mas vindo tudo de uma vez acaba tornando vários detalhes numa grande bola de neve.

É aqui que eu entendo que as pessoas tem sim seus defeitos, suas incertezas, seus medos, suas desconfianças e que só o tempo pode mudar ou ajudar a entender isso. Independentemente de qualquer lugar que você esteja estamos falando de pessoas, e como cada pessoa é diferente, o meio em que ele vive se molda a vida dele e vice-versa. Eu explico. Meu mundo é diferente, viviam com os pais pra começar, sabia que precisaria de muito esforço, paciência compreensão e “mente aberta” para aceitar as previsíveis mudanças que estariam por vir. Não digo que já superei todas elas, mas, absorvi bastante e continuarei nesse rumo.

A diferença entre turista e do cara que foi a trabalho para outro lugar é visível. O primeiro está automaticamente aberto a novas idéias, novos conhecimentos, pessoas diferentes, costumes...e encara isso de peito aberto. O segundo por sua vez não tem lá na sua lista de prioridades o “peito aberto”. Isso aconteceu comigo. O choque com a cultura local veio por conta do meu “relacionamento” fechado com meu Estado, minha cidade, minha família de origem e aqueles que nos cercam. Na verdade, é comparável a um sentimento de sobrevivência: “primeiro eu, depois os outros”. Eu estava perplexo que as pessoas aqui falavam estranho, que a água da torneira é só 86% tratada(isso só em BELEM na capital), que a criminalidade aqui arrepia e que os governantes são corruptos e coronéis(mandam matar), que tudo é resolvido na bala... enfim, complicadíssimo.

Três meses depois aprendi a respeitar nossas diferenças, mas, mesmo assim com certa “distância”. Eu respeito, mas não compactuo com isso. É como ir pra Nigéria, ver crianças com armas na mão pra lá e pra cá e respeitar (e o medo), mas, não entender por que que tais coisas ocorrem.

Saúde e fé.

Até mais gente.

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