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sexta-feira, 13 de maio de 2011

O tempo e eu

Não sei por que mas me deu uma vontade de contar minha história por aqui. Para aqueles que não sabem ainda, me conhecerem melhor, e, para aqueles que nem nunca ouviram falar saberem.
Nascido em Araraquara, me mudei ainda pequeno para Mirandópolis, cidade do interior de São Paulo que na época tinha pouco mais de 11 mil habitantes. Ótimo lugar para começar a vida. Aliás, à época em todo o país era, guardadas a devidas proporções, boa para se viver. Eram os anos noventa, a cidade era mantida a troque de cana-de-açucar, nós tinhamos uma casa que ficava num condomínio fechado. Bons vizinhos, boas lembranças, bons tempos.

Só que como tudo na vida não é para sempre, depois de seis ou oito(não lembro) anos lá tivemos que mudar de casa por conto do trabalho do meu pai motivo pelo qual saimos de Araraquara, por sinal. Nos dirigimos para Valparaíso a 20 quilômetros de Mirandópolis. Por mais que a mudança tenha sido benéfica profissionalmente para o meu pai. Pra família foi um martírio. Tive crises de choro, claro, era jovem, criança ainda. Lembro que perdi uns papéis que guardava do tempo de escola no qual guardava não só os nomes mas as carteiras que meus amigos sentavam em sala-de-aula(eu colei uma folha A4 numa cartolina e escrevi a caneta os nomes deles), raras fotografias com amiguinhos da escola e entre outras.

Outrossim, como o show não pode parar, eu continuei firme e forte. Já estava entrando na juventude, meninão, saindo aos poucos da barra da saia dos país, minha vontade de dirigir era grande. Pegava o carro escondido, dava carona para as meninas até a escola de ensino estilo Fisk, CCAA. Sim, eu era louco(risos). Mais oito anos e tchau! (abri uma latinha de cerveja)

Novamente os rumos mudaram. A essa hora, o apego aos bens materiais, aos amigos estava chegando ao fim. Sabe aquela coisa de quando você já se acomodou, há um choque e você tem que começar tudo de novo? Pois bem, foi isso o que aconteceu. Doravante, lá iamos nós para Pacabembu, ainda alí beirando o pólo agropecuário de Araçatuba, porém do lado de lá, perto de Andradina. Já na adolescência respirava os agrouros das espinhas no rosto e dos pêlos pubianos crescendo... Novos amigos, novas amigas, novos romances. Descobrindo as tendências do mundo virtual, percebendo o que eu queria para o futuro e como poderia consegui-lo, ou seja, por meio do estudo que aliás sempre esteve presente em minha vida. Estudei nas melhoras escolas nas cidades por onde passei. Desde pequeno inculcaram na minha cabeça que se eu quisesse o melhor pra min, só assim o teria se estudasse. "O conhecimento é a única coisa que as pessoas não podem tirar de você", já dizia meu pai.

Demorei um pouco pra perceber isso, mas, já dava indícios de que isso estava arraigado em min. Sempre pensei no futuro. Era um tanto quanto bagunceiro na escola, popular, gostava de uma farra mas pensava lá na frente, não tinha medo de criar, às vezes, receio, vergonha, mas, nunca medo. Outra coisa interessante que ouvi há pouco tempo é que para ultrapassar ou consertar um problema, um defeito; primeiro é preciso reconhecê-lo e tenho vários deles. Desde os 17 anos estou tentando admiti-los para assim resolvê-los.

Mas voltando ao tempo. Pessoas de todas as classes, idades e credos passaram pelas minhas vistas. Não sei vocês, mas fui e sou louco o bastante para atravessar por passagens e ao final do dia ficar pensando nelas. Coisas do tipo: eu estava em tal lugar, conversei com tal pessoa, comi tal comida, falei isso ou aquilo e ao meu redor estava acontecendo tal fato. Isso tudo contextualizando com minhas noções gerais, geográficas, culturais, etc... Ok, na época eu não sabia que isso poderia se tornar um dia em jornalismo, mas, fui adiante praticando isso. Salvo um trabalho de escola quando estava na quarta séria do ensino fundamental onde a professora pediu pra nós fazermos um jornaleco. Cada um tinha nas mãos um cartaz e nele deveriamos escrever notícias fantasiosas ou não. Fiz o maior deles sob o título: "Notícias Gerais". Como era em grupo, mobilizei uns dez amiguinhos pra montar o folhetim. Foi um barato, outro indício de que contar histórias sobre minha ótica seria no futuro minha fonte de renda.

Acontece que em apenas um ano nesta cidade, minha vida parou. Como minha mãe dizia,"algo estava errado". Este foi o final de um ciclo feliz de aprendizado básico na escola, na vida, em família. A partir de 2005 a volta para a cidade natal de todo o Clã Carvalho marcou o retorno da minha família para o seio dela e o iniciou uma nova etapa. O lado profissional.

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